terça-feira, 13 de março de 2007

SERÁ QUE VALE A PENA?

Por: Luiz Augusto Manfré

Quem é esse ser estranho que se acha no direito de se intitular como único ser pensante e racional do universo? Quem é esse ser, que se julga superior a todos os outros? Quem é esse ser que manipula todo o meio ao qual está inserido para atingir sua satisfação pessoal? Quem é esse ser, que em alguns momentos, manipula sentimentos e acarreta em dor e tristeza? Quem é esse ser? Esse ser? É o ser humano.

Como é possível um ser, ter tanta presunção e arrogância? Na verdade, não só um ser, mas, atualmente, cerca de 6,5 bilhões de seres têm tal comportamento. Mas por que será? Seria absurdo escrever um texto desse, e ter a resposta. Pois seria o típico comportamento humano: ter a resposta exata para tudo, ser aquele que é o único detentor da verdade.

Há um poema que diz: “A verdade é bela, bela é a verdade”. Mas na verdade, o que é a verdade? Será que ela é tão bela assim? Ao que parece não. Será que essa verdade, que o ser humano possui, pode ser considerada bela? Será que sobrepujar seus semelhantes é belo? Será que condenar o futuro de seus descendentes é belo? Será que presumir que tudo gira em torno de si, esquecendo de todo o resto, é belo?

Mas, este ser humano, detentor da “única” verdade que rege o universo, ser superior a todos os outros, possui em seu maior orgulho seu maior problema. Como ele se considera, único ser pensante, se torna também único ser passível de possuir conflitos.

Esses conflitos são atribuídos à chamada consciência. È ela que lhe confere o senso crítico, é ela lhe traz a insegurança e a dúvida ao tomar atitudes, sejam elas quais forem. Porém, muitos acabam por ignora-la, transformando-a em apenas uma inquietação passageira, que será superada pela grande satisfação de ter atingido o objetivo idealizado.

Por outro lado, alguns dão atenção demais a essa tal de consciência, tentando fazer com que as coisas mudem, se negando a tomar atitudes que vão de encontro com aquilo que elas acreditam. Mas, essa atenção não dura muito, esses poucos nobres que tentar se colocar no mesmo nível de tudo ao seu redor, acabam por se corromper pelo meio, desconsiderando as conseqüências de seus atos.

Mas, afinal de contas, por que será que o meio influência tanto estes poucos nobres que ainda tentar atender aos desejos de suas consciências? Talvez as próprias consciências os levem a isso, pois será que vale a pena lutar com o propósito de mudar tudo que se pensa estar errado? Será que vale a pena, tentar mudar essa idéia de que o ser humano é o topo da escala evolutiva, e que acima dele não existe nada?Será que vale a pena, tentar trazer dignidade aos oprimidos? Será que a humanidade vale a pena? Será que vale a pena viver por ela? Na verdade, seja ela qual for, e se é que ela existe, vale a pena viver?

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