quinta-feira, 29 de maio de 2008

O mundo está triste (texto de 2003 - proposta escolar)

Por Rodrigo Urban

Trabalhamos toda vida,
doamos nosso sangue,
quantos sacrifícios pelos mais jovens!
Mas nao somos eternos. Quem dera!
Passamos pelo nascimento, pela infância,
pela maturidade e... onde estamos agora?
Perdidos, sem ocupaçao,
sem carinho, sem esperança.
Total desconfiança alheia e a nossa existência recompensada...
com descaso, solidao.

Tratam-nos como inúteis,
nao somos, nunca fomos!
Mas agora...
calados, sem nossas antigas forças
choramos.
Nao queremos demais,
nao precisamos de muito,
respeito, compaixao...
nao custam caro, na trazem dor.

A nossa dignidade nao subjulga ninguém,
nao é esse o intuito,
nao existe porque recusá-la, ter receio.
Por quê nao ajudar alguém viver?

O retorno da esperança,
do carinho, do amor
é o que todos necessitamos.
É o que o mundo necessita,
para se alegrar novamente.
E para que a denominada terceira idade nao seja...
apenas uma transiçao dolorosa...
entre a vida e a morte.

Mas por enquanto o mundo ainda está triste.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

O que eu devo fazer? (texto de 2002)

Por Rodrigo Urban

Eu acho que eu sei de tudo,
mas há uma nuvem na frente do sol.
Sua sombra escurece o fundo,
o fundo da minha mente,
e essa escuridao na me deixa
mais pensar claramente.
Agora nao sei o que eu vou fazer,
agora o que irá acontecer?

Boca e ouvidos fechados,
Meus olhos estao embaçados.
Quando eu vou entender,
o que eu devo fazer?

Nao tenho um caminho pra prosseguir,
nao tenho um horizonte pra olhar,
nao sei para onde eu devo ir,
na escuridao nao consigo andar!
Estou perdido nas sombras,
inativo sem imaginaçao,
me comparo até aquelas
goatas de água dispersas no chao!

Boca e ouvidos fechados,
Meus olhos estao embaçados.
Quando eu vou entender,
o que eu devo fazer?

Essa situaçao,
nao sei com eu posso mudar!
As portas da vida estao fechadas,
e eu nao conheço um modo de entrar.
Perdido na sombra daquela nuvem,
que cobriu o sol para mim!
Quando eu ainda achava,
que sabia tudo, enfim!

Boca e ouvidos fechados,
Meus olhos estao embaçados.
Quando eu vou entender,
o que eu devo fazer?

Quando eu vou entender,
o que eu devo fazer?
Quando eu vou entender,
o que eu devo fazer?

Tempo (texto de 2002 com alteraçoes)

Por Rodrigo Urban

Tempo, voce o ata?
Tanto tempo e sem tempo nenhum.
Cavo o tempo, procuro e tento,
mas nao acho...
tempo pra mim.

Invejo a ave, no seu ato de voar,
livre,
sem perceber o tempo passar.
E canto, pedindo ao vento
"Por favor dê-me de presente...
o tempo!"

Novos textos antigos

Por Rodrigo Urban

Como eu percebi uma inatividade neste blog, e também percebi uma certa escassez de tempo para a produçao de novos textos por parte de seus "escritores", resolvi iniciar uma série de postagens de textos antigos. É claro que essa idéia veio graças a enxurrada de pedidos por novas postagens, e espero saciar a necessidade de textos dos nossos ávidos leitores!
Assim começo as postagens dos meus textos antigos, que náo refletem estados de espírito atuais, mas sáo algumas passagens da minha vida. Alguns sáo muito ruins, outros só um pouco ruins. Mas fazem parte da "história literária" deste blogueiro que vos fala.
Sem mais delongas iniciemos as postagens com um texto que vem bem a calhar, intitulado "Tempo"

PS: Me perdoem pela ausencia ou erros quanto a utilizaçao de acentos, o teclado em que eu escrevo está com alguns probleminhas.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Crônica da Separação

Por: Maria Ligia Ueno


Às vezes a vida é o que não parecia dever ser. E nos acomodamos de tal forma que não percebemos que ela passa e leva embora nossos sonhos, nossas alegrias. Nisso formam-se chagas incuráveis que hão de sangrar eternamente mesmo que a dor do punhal perfurando as entranhas passe. E o sangue, mais rubro que o próprio sol, corrói a pele pelos poros até que a própria pele se torne sangue, um sangue incolor e salgado que deságua em forma de amor até o coração. Às vezes a vida leva o que nos era de melhor para um mundo oblíquo, e o rastro desse arrastar de ponteiros e passos fica cravado a ferro na nossa mente, para jamais ser esquecido, apesar de nunca ser lembrado.E o nosso melhor deixa o vazio em seu lugar, e este toma forma e corpo, aumenta de densidade e vai se apoderando do todo; e quando chega nas lembranças mais ternas e pueris se desfaz, em risos entre prantos, em sorrisos entre lágrimas, em amor em meio a dor. Às vezes a ausência é o único caminho para a presença; que é quando se sente quando não se há, quando se abre ao se fechar, quando a desfeita é uma feita transversa. E nesse ponto a única solução é a solidão, para evitar que se fique solitário; então há a evocação... e a partir daí apenas o adeus é benvindo e celebrado, apesar da dor aparente, sua razão é pelo amor, mais puro do que nunca, quando supera a si próprio abraçando o altruísmo egoísta, que é quando o seu melhor para a ser o melhor do outro.